quarta-feira, 25 de julho de 2012

Confesso que...

Confesso que estou cansada de ficar sozinha. Sabe aquela sensação de vazio, mesmo estando entre milhões de pessoas? Mesmo que sua mãe e seus amigos sempre digam que te amam do jeito que você é, você quer ser alguém pra outra pessoa que ás vezes nem sabe que você existe. Você encontra qualidades que correspondem a tudo que você sonhou, cria nome para os filhos, descobre uma música que é a trilha sonora perfeita pra vocês, contudo percebe que não passou de ilusão. E isso se repete num ciclo vicioso irritante.

Suspiro e sigo em frente, porque sou jovem, vou conhecer pessoas, me desfazer delas com a mesma facilidade que me afeiçoo. Ultimamente meu guia sobre relacionamentos e minha tábua de salvação tem sido o livro de um dos sociólogos mais discutidos da humanidade, Zygmunt Bauman. Em um de seus livros chamado "Amor Líquido" ele conclama discussões que poem em cheque toda nossa idealização de ser perfeito que é a peça que faltava em nossa vida. Ele expõe o amor na modernidade como um físico descobrindo uma fórmula necessária. 

Um dos mitos que Bauman desvela, é a questão de muitas pessoas se acharem imunes ao amor por nunca ter amado. Sobre isso ele diz " Não se pode aprender a arte ilusória - inexistente, embora ardentemente desejada - de evitar suas garras e ficar fora do seu caminho.". Ou seja, não fuja. Todos nós temos capacidade de amar, se você não achou alguém não culpe o espelho, pode ser a sua falta de interesse pela vida, pode ser que alguém "perfeito" esteja bem ao seu lado e você recusou, pode ser a fase da sua vida, pode ser os sinais que você dá com o corpo, o que estou dizendo é, aproveite o tempo que está sem ninguém pra se conhecer, saber mais sobre você.  Afinal, como diz Bauman, " a solidão produz insegurança, mas o relacionamento não parece fazer outra coisa. Numa relação, você pode sentir-se tão inseguro quanto sem ela ou até pior." Não é uma relação que vai te definir, ou te ajudar a crescer. 

Tenho tentado seguir meus próprios conselhos, visitar exposições e tentar me descobrir na arte, escrever para vocês, assistir á um filme sozinha, dançar como se não houvesse amanhã. E os próximos capítulos da minha história sem fim terminará no "não sei", porque não posso abraçar o mundo, não posso controlar o que virá. 

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