Tão cansada de tentar explicar tudo, tão cansada de fraquejar tentei dar menos peso as coisas e me tornei mais leve. Até minha dor na coluna naquela região que mais me incomodava melhorou. Aí lembrei da relação mente e corpo, aí lembrei das minhas crises de estomago na época do vestibular e o significado era simples, não conseguia digerir o futuro, não conseguia digerir que estava tão perto de pensar em algo tão particular e ao mesmo tempo tão distante.
Os ombros pesados tem a mesma conotação, afinal, somos os pesos que damos as situações em nossas vidas. E eu carregava pesos demais, pensava em coisas demais, tentava dar explicação até pra o que não tinha. E ainda tento, ainda luto contra os meus fantasmas internos. Ainda tenho os 300 soldados de Esparta dentro de mim quando se trata de sentimento. Mas já não sou a mesma de outrora, fixada nos estudos, doente por não encontrar uma resposta. Não dou a mesma vazão pra razão. Talvez isso tenha me definido, talvez isso tenha me ajudado á crescer. Dar o valor certo ás coisas ao invés de fazê-las tomar sua vida de modo animalesco.
Aprendi que romances não são os pilares da sua vida. Você não vai ser feliz apenas se encontrar outra pessoa, pode ser legal, bacana ter alguém com quem dividir as coisas. Mas fazer da outra pessoa seu mundo, é perder espaço pra você dentro de si, é diminuir-se por outrém. Não digo que é um erro, pois o ser humano é passível ao erro quando se está amando, talvez essa seja a graça de amar, ser bobo e fazer besteiras.
E aprendi que quanto mais conheço as pessoas, mais eu quero distancia delas, porém eu preciso do outro nessa jornada desgovernada chamada vida. E falho, falho nos meus planos, acerto em minhas contradições.